Há sensivelmente um ano começava o primeiro confinamento em Portugal. Tinha chegado o famoso Corona Vírus. Já havia os cartões contactless, mas desta era a nossa vez de nos tornarmos contactless. “É só encostar”. Pois, realmente é só encostar. Punho com punho, cotovelo com cotovelo, vamos encostando uns nos outros e a verdade é que já todos sentimos falta dum bom abraço.
Muita coisa mudou no nosso dia-a-dia ao longo deste tempo. E se, por um lado, acabamos por nos adaptar a algumas condicionantes, por outro, há mudanças que parece que custam um bocadinho mais a aceitar. Sente-se falta de beijos, abraços e até dum simples aperto de mão. Até aquele amigo pouco sentimental já está com saudades de algum carinho. Sente-se falta do “passou-bem” daquele tio que aperta tanto a mão que quase nos parte os ossos todos, do beijinho da avó quando entrega a nota de 20 para comprar um Perna de Pau ou até mesmo daquele amigo que tem um aperto de mão tão mole que chega a ser desagradável.
Ainda por cima nós, povo português, somos pessoas de afeto. Temos o presidente dos afetos. Gostamos de pessoas, de estar uns com os outros e de demonstrar os nossos sentimentos.
Acho que lá no fundo, já trocávamos este distanciamento por alguma confusão. Até disso temos saudades. Da fila interminável para a casa de banho e dos encontrões nos festivais. Das filas para passar o bilhete no estádio e dos abraços a desconhecidos a festejar um golo. Parece uma realidade distante, mas isso acontecia até há um ano e nem dávamos valor. Não dávamos porque era natural.
Mas eu acredito que as coisas vão melhorar. Acredito que em breve, muito em breve, vamos voltar a ter contacto. Até lá, mantenham-no. Falem com amigos, família, com quem se preocupa com vocês e com quem vocês se preocupam.
A quem está a ler isto: um abraço apertado, daqueles que agora não são permitidos.
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