Winston Churchill, um inigualável e determinante político inglês, disse uma vez que “a diferença entre um político e um estadista é que um político pensa nas próximas eleições, enquanto um estadista pensa nas próximas gerações”. Considero a intemporalidade e a transversalidade desta afirmação bastante pertinentes para uma abordagem geral, e de diversas perspetivas, aos problemas com que nos deparamos na atualidade.
Neste sentido, e analisando o tema mais crucial e fraturante dos últimos tempos, a pandemia da COVID-19, podemos facilmente notar que a maioria dos políticos a nível mundial (arrisco-me até a dizer a totalidade) apenas se preocupa com a popularidade e o impacto que as suas ações terão no curto prazo.
Apesar de ser compreensível e legítimo que a dificuldade na tomada de decisões aumente substancialmente numa altura destas, não pode ser tolerável que a sede política, aliada a uma propaganda disfarçada, ponha em causa o futuro económico e social dos países, através de decisões que comprometem a longo prazo não só as iniciativas privadas, como o próprio indivíduo que incorpora a sociedade.
Para além disso, se nos voltarmos para a História e para um passado relativamente recente, fugindo também um pouco ao tema já cansativo do vírus com que temos sido bombardeados ultimamente, são inúmeras as ocasiões em que o caráter moral, a virtuosidade e a capacidade de liderança de certos Estadistas foram cruciais para o mundo hoje se apresentar como o conhecemos.
Ainda que não passem de meras especulações, não deixa de ser válido prever que talvez a guerra fria poderia ter aquecido bastante se Kennedy, em 1963, não tivesse lidado com a crise dos mísseis de Cuba da forma firme e decisiva como o fez. Ou até mesmo Margaret Thatcher, que independentemente da sua icónica rigidez e inflexibilidade, foi capaz de controlar a inflação e implementar políticas monetárias que fizeram do centro financeiro de Londres um dos mais competitivos e bem-sucedidos do mundo, para além de potencialmente ter mudado a economia britânica para sempre. Não deixando, claro, de referir que estes são apenas alguns dos nomes presentes numa longa lista de líderes históricos marcada também pela presença de outras figuras tais como Helmut Kohl e Charles de Gaulle, entre outros.
Sendo assim, estabelecendo uma ligação com o presente, são raros os vestígios destas qualidades diferenciadoras nos líderes de hoje em dia, o que levanta preocupações em relação ao futuro das sociedades e democracias atuais, nomeadamente num período de elevadas tensões e dissabores como o que estamos a viver. No entanto, e salvaguardando-me na “raridade” acima referida, não ficaria de consciência tranquila se não mencionasse a chanceler alemã, Angela Merkel, atualmente no seu 4º mandato, que, apesar dos altos e baixos sentidos na Europa nos últimos anos, foi sempre capaz de se adaptar às duras realidades, e tomar as rédeas de uma Europa rendida à crise do euro.
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